Aos 51 do 2° turno...

Me preparando para exercer e exercitar a cidadania. Aliás, lembro como eu era louco de vontade de completar 16 anos para ter o direito de votar e escolher meus representantes, de expressar o que penso através do voto.

Acreditava que o voto era a início de um processo de transformação política e social que nosso país tanto necessitava. Não sei o porquê, mas lembro de todos os meus votos (e olha que voto desde 1990), pois fiz questão de votar em pessoas sérias e que acredito. Acompanhei a trajetória de todas as minhas 48 escolhas (alguns me decepcionaram, uns pela questão ideológica e outro, e é bem pior, pela questão ética).

Não sei se vocês, seguidores do Diálogo de Roda, notaram o tempo verbal quando falei da importância que o voto sempre teve pra mim?

Sei e sempre acreditei na relevância do voto e, mais ainda, do voto consciente. Sei e sempre defendi que, só através da política, é que se muda toda e qualquer realidade injusta. Sei e também sempre defendi a importância da participação. Mas de uns tempos pra cá me distanciei do processo político, de participação efetiva que sempre tive, principalmente em época de eleição. Motivos? Alguns. Justos? Acredito que sim.

Mas, hoje sou um eleitor comum, como todo e qualquer brasileiro. Vou votar. Em quem? Não sei. Por mais absurdo que pareça, estou em dúvida. Eu mesmo não acredito, que aos 51 minutos do segundo tempo não saiba o que fazer.

Sempre fiz política misturando um pouco de paixão. Não paixão burra, pois respeito o posicionamento e ideologia do outro. Acredito na força do diálogo e na riqueza das diferenças e visões de mundo. E, nesta eleição, não encontrei motivos pra me apaixonar. Foi uma campanha mecânica e sem brilho.

Meu ceticismo não é por conta das biografias e propostas dos candidatos. Mas sim pelo caminho pequeno que se deu essas eleições. É por conta dos candidatos e partidos terem sido guiados pela mídia, pelas igrejas e por questões menores e de importância ínfima na condução de um país complexo e contraditório como o nosso. (Aprendi, que o papel, tanto dos partidos e quanto dos bons políticos, é de apontar o futuro, ser proativo e não o de esperar e ser conduzido por outréns).

Mas finalizando, mais uma confissão, tenho sido questionado e até mesmo ridicularizado por alguns amigos (de ambos os lados da mesma moeda). Por conta da minha indefinição, da minha distância e das minhas críticas. Como estou em outro estágio, busco entender as paixonites e a incapacidade de fazer autocrítica. Sobretudo hoje, tão necessária para o crescimento, desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia brasileira.

Fui. Até a urna tenho quatro opções pra pensar. Vamos ver qual eu sigo.

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