
Morreu em Recife, na madrugada deste sábado (27), o cantor, compositor, artista plástico e poeta pernambucano Lula Côrtes.
O artista foi um dos pioneiros a unir ritmos nordestinos ao rock, nos anos 70. E se tornou conhecido principalmente pelo mítico álbum duplo “Paêbirú: caminho da montanha do Sol”, lançado em parceria com Zé Ramalho em 1975.
O disco, considerado uma obra-prima da psicodelia brasileira, é raríssimo: restam apenas 300 cópias de sua única prensagem, destruída por uma enchente que atingiu a gravadora do disco. Hoje, cada uma delas chega a valer R$ 5 mil e são disputadas por colecionadores de todo o mundo.
Em 2010, o artista ajudou a recontar a saga da criação de Pâebirú no documentário “Nas paredes da pedra encantada”, de Cristiano Bastos e Leonardo Bonfim, ainda inédito ( saiba mais sobre o disco e o filme ). Ouça ‘Trilha de sumé’, do disco ‘Pâebirú’ Lula tinha 61 anos e há tempos enfrentava um câncer na garganta.
Seu corpo está sendo velado na Câmara dos Vereadores de Jaboatão dos Guararapes, cidade da qual ele era assessor especial da prefeitura na área cultural. Apesar da doença, Lula se mantinha ativo: há uma semana, participou com Zé da Flauta de shows de Alceu Valença em São Paulo, no qual relembraram o trabalho conjunto nos anos 70. Antes de “Paêbirú”, Luiz Augusto Martins Côrtes havia gravado, em 1972, o disco “Satwa”, ao lado do hoje cartunista Laílson, álbum que também é cultuado pela raridade e inventividade.
Sua produção musical era esporádica: Em 1980 lançou “O gosto novo da vida”; em 1997, “Lula Côrtes & má companhia”. Também registrou outros álbuns, que permanecem não-lançados oficialmente, como “O pirata” e “A mística do dinheiro”.
Publicado por Marília Lins em 27.março.2011
Comentários
Postar um comentário