Paulista - um debate mais que urgente

Deveria ser traço marcante das gestões, dos mandatos e dos projetos políticos, além democracia e da cidadania, a busca pelo novo. Nesse sentido trago o debate sobre metropolitanização, sua importância e influência no desenvolvimento de nossa “Cidade das Chaminés”.

A região Metropolitana do Recife abriga cerca de 3.800.000 de habitantes, é mais populosa e densamente povoada área metropolitana do Nordeste, a quinta do Brasil e umas das 120 maiores do mundo. E é neste espaço que nos inter-relacionamos, todos os dias, seja com o transporte urbano, com a questão de água e esgoto, luz, meio-ambiente e até com emprego. Dividimos ainda um enorme potencial cultural, turístico e ambiental, que se estrategicamente trabalhados, levará não só a Região Metropolitana do Recife ao crescimento, mas todo o estado de Pernambuco.

A realidade metropolitana implica não somente na divisão dos problemas (que nos é imposta sem discussão) por parte de todos os municípios envolvidos, queremos inverter essa lógica, não vamos ficar só discutido os problemas, temos que ampliar o entendimento e buscar um planejamento conjunto, com base nas potencialidades de cada cidade. A implantação desse modelo de desenvolvimento integrado vai depender da percepção da sociedade civil organizada, pois vai ser através de uma mobilização articulada, que iremos explorar esse potencial econômico, cultural e social, que abrirá um conjunto de transformações vitais para a solução dos problemas crônicos da Região Metropolitana do Recife.

Temos que pensar no local e agir no global. Paulista precisa ser protagonista desse desenvolvimento regional.


Paulista e sua política

Defendo uma política diferenciada, uma política onde o povo, os movimentos sociais participem da discussão e da elaboração das metas a serem alcançadas. Não devemos aceitar a política do “pão e circo” muito menos uma “administração cosmética”, que vive de maquiar praças, feiras livres e meios-fios, e esquece do que a população julga necessário e vital para o seu bem-estar.

É inadmissível que uma gestão não apresente nenhuma proposta inovadora e concreta para o desenvolvimento do município. Um projeto que, além do resgate da auto-estima da população, discuta a recuperação dos equipamentos sociais e aponte, com base nas potencialidades e na vocação do município, meios, formas e instrumentos de reestruturação econômica, política e social da cidade.

A atual gestão se esforça, mas não consegue esconder os efeitos negativos da uma política sem eixo e desorientada, tanto na condução dos serviços essenciais quanto da presença efetiva do Poder Local junto às comunidades. Infelizmente essa administração não representou mudança e muito menos cidadania, que tanto desejávamos.


Gestão participativa e popular

Paulista enfrenta e sofre há vários anos com a ausência de participação popular nos processos decisórios. E falta de iniciativas para incentivar a prática do debate e do diálogo, contribuiu decisivamente para cenário que vivenciamos atualmente. A população foi deslocada à margem e ficou fora do processo, sem poder opinar, discutir e propor soluções para que a cidade crescesse.

Uma cidade onde as pessoas não participam dos acontecimentos políticos, uma cidade onde a sociedade civil é desorganizada e manipulada não interessa para o projeto que defendo e acredito. É preciso romper com a cultura da submissão e do “sim senhor, não senhor”. Paulista não aceita um governo centralizador e autoritário.


Questão Urbana e Potencial Econômico

Ao nos debruçarmos sobre o crescimento do Paulista nesses últimos 35 anos, verificamos que nossa cidade simplesmente inchou, pois o processo que nos foi imposto, não levou em consideração a infraestrutura que possuíamos em relação à explosão demográfica que sofremos. Abrigamos, à época, os conjuntos habitacionais sem o mínimo de aporte físico e estrutural. Como conseqüência Paulista teve sua população quintuplicada entre as décadas de 70 e 90.

A cidade sente hoje o efeito desastroso do crescimento sem planejamento. Um erro que a classe política de ontem cometeu, porque não vislumbrou um crescimento programado e os que hoje estão no poder, não se esforçam para reverter. Mesmo tendo instrumentos para contribuir nas proposições em busca do desenvolvimento sustentável, vide o Estatuto das Cidades.

A população do Paulista precisa saber que nossa cidade está entre as oito maiores do estado de Pernambuco (já foi a terceira). Temos um enorme potencial turístico, cultural, e ainda industrial, que só necessitam de um planejamento direcionado para formação e geração de empregos. Dessa forma iremos buscar a melhoria dos indicadores sociais de nossa cidade e por conseqüência do crescimento econômico e cultural.

Pelo exposto reafirmo a necessidade, mais que urgente, da quebra desse quadro retrógrado e pequeno. Pois além da falta de democracia e cidadania, temos a total ausência de políticas públicas e de um planejamento de médio e longo prazo, ocasionado, sobretudo, por uma cultura política do “coronelismo do asfalto”, capitaneada por pequenas elites. Isso leva a sociedade civil e os movimentos populares a se tornar reféns e nunca atores desse processo.

Paulista quer mais. Paulista merece o melhor.

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