Que Brasil vem aí?


No próximo domingo o Brasil, depois de uma das eleições mais acirradas da história, vai às urnas eleger seu novo ou nova chefe de governo. E esta foi uma das campanhas que vivi, militei e participei que mais me traz preocupações futuras, independente do resultado eleitoral.

Qual o país que vai sair destas eleições?

A preocupação com o país, não está diretamente atrelada às compreensões de mundo dos candidatos e muito menos dos partidos (o PT e o PSDB estão muito mais próximos que imaginam), não está ligada à visão "desenvolvimentista/regionalista/classista" que Dilma e Aécio defenderam.

Está sim ligada ao acirramento descontrolado, as posições extremadas, aos aflorados instintos primitivos que tomaram conta dos debates e das discussões. Quase que beirando ao fundamentalismo.
Esperava mais da nossa sociedade. Esperava mais dos nossos líderes políticos. Esperava mais de alguns amigos. Esperava mais daqueles que admiro.

A defesa do que acreditamos, do que se almejamos edificar mais que um dever, é um direito. Mais que um direito, é uma necessidade de sujeitos políticos que somos. Mas não podemos esquecer nem passar por cima dos conceitos de democracia, do direito à liberdade do livre pensar. (construídos arduamente ao longo de tempos e muitas e verdadeiras lutas).

Mais importante, ou melhor, tão importante quanto a eleição é o crescimento político e social que todos os embates trazem. Mas hoje, não vislumbro um amadurecimento por parte de nossa sociedade, dos nossos políticos e o pior, de muitos amigos, de muitos conhecidos e das pessoas com quem convivo e admiro. Pelo contrário, tenho receio que todas conquistas a partir da redemocratização estejam em cheque.

Enfim, desejo que as opiniões, as concepções, os pensamentos, as imaginações sejam respeitadas.  Quero o contraditório. Só melhoro com a crítica.  Só cresço com o distinto, com o heterogêneo.
 
Viva às diferenças! O mundo é mais que tons de cinza.

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