A cada dia o Brasil parece nos testar na capacidade de indignação. Ontem era o preço da gasolina, hoje é o caos do transporte público, amanhã, quem sabe, uma nova manobra no Congresso. Mas há algo que insiste em se repetir: a política se afastando da vida real.
A chamada PEC da Blindagem, aprovada em primeiro turno na Câmara, é prova viva de que o absurdo virou cotidiano. Sou 100% contra essa ideia vergonhosa de criar ainda mais barreiras para evitar que políticos sejam investigados e processados. Afinal, em que país sério se pensa em blindar quem deveria ser exemplo de transparência?
Enquanto milhões de brasileiros enfrentam filas em hospitais, escolas sucateadas e empregos precários, nossos parlamentares parecem ocupados em construir muralhas para proteger seus próprios interesses. Não é disso que o Brasil precisa. O Parlamento deve legislar em função do todo, e não em defesa de privilégios pessoais, excusos e fora da realidade do povo.
A democracia só respira quando o Legislativo está sintonizado com seu tempo, quando enxerga as dores e os sonhos da sociedade que o sustenta. O Congresso não pode ser um castelo de pedras frias, mas uma roda de diálogo vivo, aberta às vozes do país.
E aqui está o ponto central: a mudança não virá apenas de discursos inflamados ou da esperança de que “um dia as coisas melhorem”. A solução para o Brasil passa pela consciência do povo. É preciso lembrar que cada deputado que vota contra a sociedade foi colocado lá por nós. Só mudaremos esse Congresso quando, nas próximas eleições, decidirmos com clareza quem realmente merece falar em nosso nome.
Blindar políticos é trancar o país no atraso. Mas abrir os olhos e votar com consciência é a chave que pode destrancar o futuro.
Nunca pensei que a política no Brasil fosse chegar a esta lastimável situação, nunca!
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