Noventa anos se passaram desde que Paulista, nossa “Cidade das Chaminés”, assumiu seu destino político. Noventa anos de lutas, conquistas, contradições e esperanças. Uma cidade que nasceu operária, pulsando com o som das fábricas e o suor do seu povo, e que hoje carrega em si as marcas do crescimento desordenado, mas também as sementes de um futuro promissor.
Paulista foi, por muito tempo, a terceira economia de
Pernambuco. Tinha seu parque industrial forte, seu polo têxtil pujante e uma
população que acreditava no progresso. Era um retrato de potencialidade. Mas,
com o tempo, mudanças econômicas e a ausência de planejamento urbano fizeram a
cidade enfrentar desafios profundos: fábricas que se foram, empregos que
desapareceram, comunidades que se multiplicaram sem estrutura adequada. A
explosão populacional deixou cicatrizes que até hoje exigem atenção e cuidado.
Ainda assim, Paulista nunca perdeu sua força. Resiste, como
resistem os seus filhos. Está entre as maiores economias do estado, tem um dos
maiores IDH's de Pernambuco e um patrimônio cultural que encanta: a ciranda e o
coco que embalam nossas praias, o frevo que sacode nossos carnavais, os
personagens que marcaram nossa história. Paulista é, antes de tudo, terra de
gente guerreira, criativa, apaixonada.
E eu falo de Paulista não apenas como quem a observa, mas
como quem a sente. Aqui nasci, cresci e aprendi a amar essa cidade, amor que
herdei de meus pais, Jorge e Wilde, da primeira geração a viver e construir
este lugar. Com eles, compreendi que pertencimento não é só estar em uma
cidade, mas deixar-se ser parte dela, lutar por ela, sonhar com ela.
Paulista me ensinou a olhar para frente. Sei de suas
fragilidades, mas vejo em cada esquina também suas potencialidades. Vejo que
podemos ser referência em turismo sustentável, em cultura, em inovação. Vejo
que podemos recuperar nossa força industrial, que podemos planejar com
inteligência o espaço urbano, que podemos fortalecer nossa identidade.
Mais que nunca, Paulista precisa resgatar o sentimento de
pertencimento. Não somos apenas moradores, somos herdeiros e construtores de
sua história. Somos parte viva dessa cidade que, apesar dos erros do passado,
tem a chance de escrever um novo capítulo de progresso, cidadania e dignidade.
Hoje, ao celebrar seus 90 anos, Paulista me inspira gratidão
e compromisso. Gratidão pela história que me formou, compromisso com o futuro
que precisamos construir juntos. Pois se há algo que nunca se apagará é a
certeza de que Paulista é mais que uma cidade: é lar, é raiz, é sonho.
Que os próximos anos sejam de renovação, de pertencimento e
de conquistas. Parabéns, minha querida Cidade das Chaminés, da Ciranda e do Futuro!
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